quarta-feira, 27 de maio de 2009

banco alto e uma luneta - capítulo XVI – sou ótima?

é incrivelmente quente aqui dentro! Sonho que eu e Ademar estamos numa sauna à vapor. A fumaça é tanta que já não vejo seu rosto. Sinto o suor inundando meus olhos e... de repente, me transformo num enorme brioche recheado com calabresa e queijo coalho. Estou dourando no forno, enquanto uma fila descomunal espera, do lado de fora, ansiosa por me devorar...
Acordo no momento em que um rapaz de cabelos longos, lisos e oleosos, de jaleco branco, abre a porta do forno e me olha desejoso...
A barraquinha que me hospeda é muito azul e muito quente. Sr Telles está verdadeiramente impressionado comigo. Tenho chegado no trabalho até antes do horário... morar na barraquinha nos fundos do clube tem suas vantagens... talvez só essa.
Esta noite ventou bastante e a piscina está cheia de folhas e insetos. Com minha peneira, inicio a limpeza.
Dois banhistas já estão dentro d’água. Cato folhas ao redor de seus pescoços e ouço a conversa, fingindo não estar nem aí. Canto uma música sem som, apenas com o movimento dos lábios, só para disfarçar. Peneiro e escuto.
... Por que eu sô bom. Sô bom nisso sabe? Aliás sô ótimo!, diz o mais gordinho. Eu sei cara! Mas eu também sô muito bom, bom mesmo sabe... do tipo que não perde pra ninguém! Sô ótimo!, responde o narigudo.
Já não há folhas nem insetos, mas continuo peneirando. Fico curiosa para saber em que eles são tão ótimos assim!
O gordinho não pára de mostrar suas veias dilatadas do pescoço. O narigudo faz um movimento intermitente para um lado e para o outro. Em que eles são ótimos e imbatíveis? Em estourar jugular e imitar pêndulo?! Ah, isso eu também sei...
Os rapazes se afastam nadando cachorrinho. Deixo de lado a peneira e pego minha luneta.
De pé, na beira da piscina, observo através da lente e penso: Sou ótima? Sou ótima em alguma coisa? Pelo jeito, todos, inclusive os narigudos e os gordinhos são ótimos em alguma coisa...
Ah, sim! Sou ótima em salvamento! Mas quando assisto Pamela Anderson em episódios antigos de Baywatch... Não sou tão ótima. Não enquanto Pamela viver!
Uops! O que é essa miniatura ao meu lado? Uma menina, obviamente... uma menina de maiô preto, boné branco... ei, essa pirralha roubou meu antigo uniforme?! E esse binóculo super-ultra-infra-moderno totalmente ridículo?!
Acho que essa coisa pequena está me imitando... Sem que nenhum adulto ou funcionário do clube veja, boto minha língua para fora... recebo uma igual, só que menor. Ela está mesmo me imitando. Essa menina não tem mãe, não?
Percebo que talvez esse seja o momento para definir minhas diretrizes relacionadas ao “ótimo” em minha vida. Sinto que para ser ótima, preciso, ao menos, ser melhor que alguém, mesmo que ínfima criatura...
Faço uma careta com as mãos que poucas pessoas sabem fazer. Foi com ela que ganhei o concurso interno de caretas super criativas do Colégio Santa Terezinha, onde cursei o “prezinho 2”.
A menina me devolve uma careta realmente feia... ainda bem que ela não era minha concorrente no Santa Terezinha.
Tento umas bizarrices... ela se atira no chão e faz uma estrela perfeita! Pronto, agora que eu não saio da competição... ou sou ótima ou não me chamo... Me lanço numa estrela, tentando não quebrar nenhum osso. A menina agora repete o movimento com apenas uma das mãos... Caramba! Tenho que ser ótima! Tento um movimento mais arriscado. Dou uma cambalhota dando o meu melhor. A menina faz uma pirueta totalmente ótima que nem sei o nome!
Mas, certamente, esta diminuta não contava com minha astúcia! Planto uma bananeira perfeita! Tarââân! Quero ver ser mais ótima que eu!
A menina pede que eu espere e vai até a lanchonete. Um pouco competitiva a garotinha, não? Ela volta com uma bandeja de sanduíches e me chama para o “quem come mais”. Atacamos e nos atracamos nos pães com presunto. Perco a conta! Como algumas dezenas! Não é possível que caiba tanta massa de trigo e fermento nessa criaturinha...
Meu estômago está transbordando... Comemos agora o último sanduíche... Parece que estamos empatadas. A menina se levanta com cara de quem vai vomitar, dá dois passos e cai no chão! Carambola! Eu só queria ser ótima, não uma assassina de criancinhas. Me aproximo preocupada e sacudo a pirralha. Ahahahah!, levanta a menina rindo da minha cara dizendo: Te peguei! Te peguei! Eu sou a vencedora!
Tá bom... mas sou muito ótima em dormir enfiada numa barraca quente e azul.

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Assista a seguir, filme de trecho do capítulo:

quarta-feira, 20 de maio de 2009

banco alto e uma luneta - capítulo XV – despejada

OKEY! OKEY, OKEY!! Artur Osvaldo, você venceu! Entra e toma para ti o que é teu por direito!
Sonho que Ademar me toma em seus braços, rasga meu vestido, me diz coisinhas com o lóbulo de minha orelha em sua boca, puxa meus cabelos, me chama de lagartixa desavergonhada e encaixa em meu dedo um belo anel de compromisso... Ding-dong! Ding-dong! Ding-dong-ding... Primeiro achei que fosse o tilintar de nossas taças de champanhe...
Ding-dong! Daí percebo, ao abrir um olho e depois o outro, que alguém aperta, histericamente, a campainha da porta.
No relógio na cabeceira, são cinco e quinze da manhã. Vou até a porta... Ding-dong! Há várias semanas que disfarço a voz, fingindo ser outra pessoa. Querem que eu assine esta ordem de despejo, mas vou ficando o quanto posso.
Quem bate?, pergunto com a voz do Barney. Hei Fred, é você?, pergunto de novo, só para garantir... Se for Artur Osvaldo, ele precisa ter certeza de que não estou.
Já fui Sílvio Santos, Pato Donald, Piu-Piu, Hebe e até uma personagem que eu mesma inventei, com a voz bem parecida com a minha – para dias em que estou de mau humor.
Ninguém responde. Volto para o sonho com trilha de Julio Iglesias. Quando já visualizava novamente o sorriso cafajeste de Ademar... Ding-dong!
Já chega! Estou com uma labareda acesa dentro de mim a noite inteira... a semana inteira... há meses... desde o episódio de não-Ademar! Acabou a criatividade... Já utilizei todas as vozes estranhas e diferentes que conheço. Ademar não está, quem está é Artur Osvaldo...
OKEY! OKEY, OKEY!! Artur Osvaldo, você venceu! Entra e toma para ti o que é teu por direito!, grito com minha “mais” própria voz!
Abro a porta e encontro Artur Osvaldo inserido em seu terninho de oficial de justiça.
É impressionante tua paciência... ninguém nunca me quis tanto quanto você..., digo já puxando sua gravata.
Já estou no Piscina Lazer e Cia, sentada em meu banco alto. A culpa é toda de Ademar. Não só dei minha assinatura para Artur Osvaldo, como dei o pouco que eu tinha como garantia, pelos aluguéis atrasados.
Estou na rua. Amarga, fria, suja, barulhenta, de ninguém, cheia de germes, mendigos e prostitutas... onde pessoa alguma saberá que sou uma genuína guardiã de piscina!
Respiro fundo e tento não pensar no anoitecer. Enquanto é dia, tenho meu banco alto.
Poucos pertences consegui trazer. Que fiquem com tudo! Um “tudo” de coisas velhas, sem-graça e de pouco valor. Enquanto Artur Osvaldo se olhava no espelho do banheiro e abaixava com água da pia uns fiapos de cabelos rebeldes da cabeça, eu transferia, provisoriamente para a casa da Das Dores, minha vizinha, a geladeira de laterais não-inox. Assim que me restabelecer, mando buscá-la.
Com o que restara do salário do mês, paguei a sétima parcela da geladeira. Não me sobrou nem para uma diária num hotelzinho de quinta.
Desço de meu banco alto e me debruço no balcão da lanchonete. Oi Valéria! Lá em casa tá dedetizando... tenho muito nojo de barata... será que eu podia ficar uns tempos no seu apê?, pergunto. Ih, minina, dá não! Os minino lá di casa já dorme tudo ansim amontoado..., me responde a moça da lanchonete, deixando à mostra a falta de um molar e um canino.
Tento o Jorge da portaria: E aí Jorge?... Lá em casa tá pintando... mandei fazer umas texturas assim, uns esponjados, pra valorizar a sala. Posso ficar por uns tempos na sua casa? Jorge me olha com uma cara tão “segundas intenções”, que dá até medo. Nem fico para ouvir a resposta.
Caminho desanimada até o quartinho de guardados. Jogo meu corpo sem perspectivas numa cadeira. Olho para o armário do achados e perdidos e vejo uma lona azul enrolada numas varas de ferro. Uma casa! Minha casa! Tiro do armário e vejo que é, realmente uma barraca. Uma barraca de camping lar-doce-lar!
Monto a barraca no fundo do gramado, atrás das árvores, e camuflo com folhas de palmeiras.
Já é final de tarde. O movimento está fraco e todos já estão indo embora. Tranco a porta do quartinho, como todos os dias. Tchau Valéria! Até amanhã Olavo! Vai Sr Irene, vai pra casa!, digo.
Parece que a barra está limpa... vou me esgueirando, atenta a qualquer movimento. Perdi a casa, mas não posso perder o emprego, meu banco alto e minha luneta.
Lá está minha barraquinha toda azulzinha... Coloco minha camisola, meu creme facial, rodelas de pepinos nos olhos (que servem para alguma coisa, mas não sei exatamente para que), afofo o travesseiro e reencontro Ademar! Zzzzzz...


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Assista a seguir, filme de trecho do capítulo:


quarta-feira, 13 de maio de 2009

banco alto e uma luneta - capítulo XIV – a outra

chego no Piscina Lazer e Cia arfando, preocupada com meu atraso de vinte e dois minutos. Tive que esperar Artur Oswaldo, o oficial de justiça, desistir de tocar minha campainha, para eu sair de casa. Perdi o primeiro ônibus e cá estou, atrasada, suada e torcendo para que Sr Telles, o diretor, esteja trancado em seu escritório.
Jorge da portaria me vê passar e diz baixinho: Hoje o couro vai comer... Desacelero meu passo e pergunto: Quem vai comer quem?, Jorge disfarça e não responde, com cara de “num disse nada!”.
Olavo da administração passa por mim e diz: apostei cemzinho em você, hein!, que é que deu nessa gente? Tô com cara de égua de corrida?!
Valéria da lanchonete faz uns sinais estranhos para mim. Hein?, eu pergunto com total cara de “Ah é...”. Valéria intensifica seus gestos, quase subindo no balcão. Que é que Valéria quer comigo?... não sei se está me xingando ou mostrando um novo passo de dança flamenca! Hein? Hein?, pergunto novamente. Tô cuntigo!!, ela grita mostrando a falta de um molar esquerdo.
Antes que eu desse uma resposta qualquer para Valéria, Sr Telles se aproxima, pegando no meu braço. Ah, é isso, todos já estavam sabendo de minha demissão... Sr Telles, foram apenas vinte e dois, eu juro, pode perguntar pro Jorge da portaria... digo isso só pensando em meu querido banco alto... se eu perder esse emprego, perco o banco alto, perco minha luneta, perco minha dignidade – por menor que ela seja – perco tudo que eu tenho!
Minha filha, não me interessa sua vida particular... se foram vinte e dois, vinte e três... sei bem como é essa vida de mulher solteira... Estou aqui só pra lhe dizer que Vânia Stéffani veio para somar! Para somar!! Entenda bem... Sr Telles diz isso e se afasta a passinhos acelerados. Chega a ensaiar umas corridinhas de um segundo e meio e retorna às passadas dignas de um homem de sua idade.
De luneta em punho, subo em meu banco alto. Demitida não fui. Nem mesmo advertida. As coisas parecem bem sinistras por aqui. Hoje, nem mesmo o sol parece ter bravura suficiente para dar as caras.
Quem será essa Vânia Stéffani que veio para somar? Somar o quê, minha gente? Tá todo mundo louco!!
Como de costume, verifico através de minhas lentes da luneta, se tudo por aqui está em paz. Fora o Jorge me dizer que hoje o couro vai comer, o Olavo apostar “cemzinho” em mim e a Valéria dançar flamenco na lanchonete... me parece tudo tranqüilo, tudo em p... pa-pa-pi-pi-pi-pi-po-po-pu-pu... ÁHÁHÁHÁHÁHÁHÁHÁH! Eu entendi... olho novamente através da luneta, só para ter certeza!! ÉÉÉÉ... eu entendi tudo! Minha respiração acelera... sinto minhas glândulas salivares esguicharem jatos de saliva azeda... minha garganta se fecha... o ódio arregala minhas narinas...
Vejo uma outra! Uma outra guardiã, num outro banco alto, do outro lado da piscina semi-olímpica... ela usa um binóculo super-ultra-infra-moderno totalmente ridículo!
Guardiã de piscina, no Piscina Lazer e Cia, há apenas uma: EU!
Vânia Stéffani não veio para somar! Veio para dividir... me dividir, me dilacerar, me partir em mil pedaços... o Piscina Lazer e Cia é pequeno demais para nós duas!! O couro vai comer!!
Me sinto possuída por um gremlin geneticamente modificado... Desço de meu banco alto. Apenas a luneta não me será arma suficiente! Penso se no achados e perdidos não teria uma AR 15, uma bazuca ou uma machadinha... O meu chinelo! O meu chinelo serve...
De luneta e chinelo em punho, vou em direção ao banco alto de Vânia Stéffani. Minha garganta continua fechada e a saliva azeda começa a espumar pelos cantos da boca.
Chego chutando cadeiras, mesas e o que mais está pelo caminho. A outra percebe minha fúria e se encolhe no banco alto...
Atiro o chinelo e parto para cima. Vânia Stéffani desce e percebo que ela não é tão franzina quanto me parecia através da luneta. Não importa!! O cargo é meu! O banco é meu! Os afogados são todos meus!
Eu e a outra nos atracamos ali, na grama do clube. Utilizo todos meus métodos de luta e artes marciais... Vânia Stéffani é até fortinha, mas não é duas!! Dou-lhe uma rasteira... a outra corre... vou atrás com o firme e irrevogável propósito da SUBTRAÇÃO!
Olavo apostou “benzão”...


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Assista a seguir, filme de trecho do capítulo:


quinta-feira, 7 de maio de 2009

banco alto e uma luneta - capítulo XIII – infância perdida

puro nepotismo!, diz Olavo, o assistente administrativo do Piscina Lazer e Cia. Os funcionários estão todos reunidos no pátio, próximo à lanchonete. Alguém diz oscilando a voz, entre a bravura de “Che” e a covardia de Scoobydoo: é cabide de emprego!
Esse último aí, até que eu entendi, mas “nepotismo”, me parece primo do exorcismo, do fascismo ou do bandalismo.
São seis e dezessete da manhã. Um nevoeiro esbranquiçado ainda paira sobre nós, os funcionários reunidos e “nepotizados”, segundo Olavo.
Uma mocinha muito branca, aparece de mãos dadas com o diretor, Sr Telles. Ele, muito sorridente por entre a neblina “nepotizante”, nos apresenta a moça miúda e curvada sobre uma pastinha polionda: uma ótima manhã à todos! Esta é Melinda. Digam “oi” a Melinda!, respondemos num coro totalmente “nepnotizante”: ooooi Melinda!
Esta é a nova psicóloga do Piscina Lazer e Cia. Vocês terão sessões em grupo e individuais. Percebo que alguns de vocês trazem certas tensões, mágoas e ressentimentos para o local de trabalho... tsc! Tsc! Isso não é bom.
.. Discursa o diretor enquanto Olavo balança a cabeça negativamente.
Começo a achar que nepotismo tem alguma coisa a ver com “coisa ridícula”.
A mocinha miúda começa a falar algo sobre Gestalt, psicoterapia, comportamentalismo, psiquê, id... estamos todos seguindo suas instruções para o relaxamento do corpo e mente e para a integração entre parceiros de trabalho... Me parece Yoga para bebês...
Olavo está ao meu lado fazendo a posição “peixe”, indicada por Miúda, enquanto fala comigo gesticulando o canto da boca: acredita que ela é sobrinha do cara? Quem precisa de psicóloga por aqui? Eu não sô maluco? Você é?, chego a pensar em ser bastante sincera em minha resposta, mas acho melhor dizer qualquer coisa: nããão, eu não!, Olavo continua, agora em posição de sementinha que desabrochará: a menina acabou de sair da faculdade... nós vamos ser o que? Cobaias? Puro nepotismo..., caramba! Tô ficando um pouco preocupada... será que esse tal de nepotismo tem a ver com abdução, experiências científicas em corpos humanos... contrabando de órgãos!!
Fim. Estamos todos nos dispersando, Sr Telles já se recolheu em seu escritório... cada um segue para seu posto.
Eu deveria estar mais relaxada... mas esse nepotismo me deixou um pouco tensa. A miúda não pára de me olhar. Ela me chama e pede que eu a acompanhe. Por precaução, levo minha luneta em punho, qualquer coisa, dou na nuca dela...
Sentamos no quartinho de guardados. Ela começa a falar alguma coisa e eu resolvo esclarecer: nada contra o nepotismo se for depois de morta. Acho até legal, muito nobre a pessoa doar pra quem precisa, mas no meu rim ninguém mexe, entendeu?!
A miúda não parece se assustar e responde: pelo jeito, teremos um trabalho árduo pela frente.
Essa parte eu vou acelerar um pouquinho, por que foram horas e horas de terapia. Vou dizer para vocês que foi até bem interessante me ver no útero de mamãe e reavivar toda minha infância... segundo a miúda, todos meus traumas e aflições estão lá, na infância. É preciso resgatar o seu “eu” perdido!, diz ela muito segura, baseada em sua vertente “nepotissíquica”.
Estou um pouco estranha. Me sentindo pequena. Uma vontade enorme de sair correndo pelo pátio do clube, chupar picolé e fazer xixi nas calças de tanto rir. Me bateu até uma saudadezinha das Paquitas... meu sonho era pintar o cabelo de louro e ser Paquita!
O armário de achados e perdidos do quartinho é uma mina interminável! Só coisas divertidas... um Shrek de pelúcia, várias bárbies, bonequinhas de pano e até uma suzie esportista, super parecida comigo!
Levo todos os amiguinhos e decoro o banco alto. Se o chefe reclamar, mando ele se resolver com a sobrinha. Foi ela quem me mandou resgatar a infância perdida.
Passo a tarde inteira brincando de boneca. Um rapaz magrinho cisma em se afogar justamente na hora em que o Shrek já estava quase conquistando a Suzie... Ah! Toma aí essa bóia de dinossauro verde! Se agarra nela e sai batendo as pernas...
Quando eu crescer, vou bem procurar no dicionário a palavra NEPOTISMO!

Leu?
Assista a seguir, filme de trecho do capítulo: